No início do ano, mais precisamente em fevereiro, o Clubhouse surgiu como uma febre na internet e não se falava em outra coisa. Todo mundo queria entrar em uma sala com pessoas famosas que tinham, desde nomes importantes da internet até apresentadores de televisão, entre outros famosos de diversas outras áreas. Mas e atualmente, como anda a rede social? É comum encontrar discussões nas redes sociais como: “as pessoas ainda usam o Clubhouse?” ou “É verdade que ela morreu?” Fique por dentro de tudo que está acontecendo com a rede social de áudio nesse artigo.  

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O sucesso do Clubhouse na internet

Lançado em 2020 e, a rede social teve sua ascensão no início de 2021, em uma época que a pandemia voltava a se intensificar e exigia isolamento social das pessoas novamente. O Clubhouse chegou com a proposta de ser uma rede social de áudio ao vivo, onde, em um primeiro momento, somente pessoas com convite poderiam participar. A novidade fez muito barulho e levou a internet a um frenesi. A comunidade mundial da internet chegou a descrever a rede social de “primeira rede social AirPods” e, também, “Zoom com uma comunidade”. Durante sua explosão, o Clubhouse experimentou de um crescimento invejável e bem grande. Apenas no mês de fevereiro, o Clubhouse já contava com 10 milhões de usuários, apesar de estar disponível apenas para iOS. Em pouco tempo, o aplicativo se tornou um lugar perfeito para conversas sobre o que estava em alta com discussões interessantes, que envolviam vários temas. Era possível encontrar até mesmo ‘mentorias’ para negócios como nomes importantes do meio. Rapidamente, o mercado anunciante percebeu uma oportunidade perfeita de se comunicar com os consumidores de uma maneira mais instantânea e pessoal, devido a popularidade entre os usuários. Marcas de todos os tipos e lugares do mundo criaram suas próprias salas. Muitas delas também fizeram parcerias com moderadores e pessoas que ganharam influência dentro da rede social para levar sua marca a novos públicos. Visando a característica do ‘ao vivo’ e o grande número de usuários a NFL (Liga de Futebol Nacional, em português) fechou uma parceria com o Clubhouse para criar clubes com várias salas de discussões temáticas, voltados exclusivamente para o Draft Week (Evento de recrutamento de novos jogos da liga). Os fãs do esporte podiam entrar nos clubes e acompanhar os eventos ao vivo. Era possível ouvir conversas exclusivas com a participação de atletas e treinadores e até mesmo ser convidado para fazer perguntas no palco.  

Criou concorrência em outras Redes Sociais

O sucesso do aplicativo foi tão expressivo, que despertou a atenção de redes sociais consolidadas no mercado e fez com que elas começassem a desenvolver recursos de comunicação em grupo no formato ao vivo para competir. Em junho, o Facebook criou o Live Audio Rooms, uma versão que disputa diretamente com o Clubhouse. O recurso funciona dentro do aplicativo iOS do Facebook e até o momento, apenas influenciadores e um seleto grupo de usuários conseguem criar salas de conversas. Para participar como ouvinte, é possível entrar nas salas tanto por iOS, quanto por Android, mas qualquer usuário pode ser convidado para falar dentro da plataforma. Há um limite de 50 oradores na sala. O recurso conta com uma série de vantagens sobre o Clubhouse, como quantidade de ouvintes ilimitados em uma mesma sala notificações quando amigos ou seguidores entram em alguma sala, legendas ao vivo, entre outros. O Instagram também desenvolveu bastante seus recursos para transmissões ao vivo. Um dos recursos adicionados foi a capacidade de ligar e desligar câmeras e microfones durantes as transmissões, o que trouxe mais flexibilidade para os usuários. Outro update foi o “Salas Ao Vivo” que permite transmissões com até 4 participantes. Outra rede social que lançou seu próprio recurso de áudio foi o Twtitter com o Twitter Spaces, no brasil tem o nome de “Espaços”. O recurso também conta com algumas vantagens em relação ao Clubhouse. Semelhante a versão do Facebook, não há limite na quantidade de ouvintes e apenas 12 oradores são permitidos por sala e, por enquanto, apenas alguns usuários podem criar salas de conversa. O Spotify também lançou seu aplicativo voltado para conversas de bate papo por áudio, o Greenroom. O aplicativo tem a proposta de trazer uma experiência temática, com foco em música, esportes e cultura. Outras plataformas também lançaram recursos para acompanhar a tendência, como o Telegram e o Discord. Vendo toda essa crescente competição, em maio, o Clubhouse anunciou uma versão para usuários do Android, o que foi considerado tardio para muitos.  

Porque Clubhouse foi um sucesso?

Podemos dizer que, uma das razões que levaram o  Clubhouse a se tornar popular foi a sua facilidade de acesso à pessoas famosas. Era possível ter acesso à celebridades, CEOs e outros do gênero. O ponto de partida foi quando Elon Musk, CEO da Tesla, divulgou o aplicativo no seu Twitter, fazendo com que ele se tornasse um dos aplicativos mais baixados da Apple Store. Após esse fato, diversas celebridades, empresários e políticos de várias partes do mundo passaram a usar a rede social. Os usuários podiam ouvir nomes internacionais como Mark Zuckerberg, Oprah, Justin Bieber, Jared Leto, Drake, Kevin Hart entre muitos outros. No brasil, vários famosos de diversas esferas entraram na onda. Era possível encontrar salas com a presença de nomes como Anitta, Danilo Gentili, Ivete Sangalo e muitos outros. Aos poucos, o Clubhouse foi permitindo que os fãs ouvissem e participassem, caso fossem fosse trazidos ao palco e isso permitiu que as pessoas encontrassem salas de conversas com suas celebridades favoritas, fossem elas nacionais ou internacionais. No início, quem já tinha acesso ao aplicativo poderia enviar um link para outras pessoas, para que eles também pudessem participar. Pelo fato de ser um aplicativo somente para convidados, criou uma característica de exclusividade para o Clubhouse. Junto ao fato de que também não era possível que os usuários gravassem as conversas e fortalecia ainda mais o senso de exclusividade. Nesse modelo, há uma chance maior do usuário conhecer e conversar com pessoas que pensam igual a ele, o que remete muito a sensação de fazer parte de um clube exclusivo. O Clubhouse realmente trouxe uma grande aspecto de novidade. Seu principal diferencial era a característica de áudio ao vivo. A rede social era um espaço ideal para as pessoas conversarem e baterem papo sem distrações. Os usuários mais frequentes chegaram a dizer que estar em uma sala com pessoas selecionadas e poder ouvir pessoas importantes falando, criava a sensação de intimidade e envolvimento muito mais forte do que outras redes sociais. A presença de moderadores nas salas, dava aspecto de mais organização e produtividade. Os anfitriões podiam ativar e desativar o som dos alto-falantes e os participantes tinham que levantar a mão, antes de serem aprovados pelos oradores para falar. Tudo isso mantinha as salas relevantes e mais assuntos poderiam ser abordados.  

Clubhouse está em queda

O ápice de downloads do aplicativo em fevereiro foi de 9,6 milhões, em março os downloads caíram para 2,7 milhões e, em abril, 900.000. Além disso, o Clubhouse teve uma redução de quase 70% na média de usuários mensais. Mas por que isso? Podemos dizer que a grande probabilidade da queda da rede social é pelo fato ter vindo como uma moda passageira. De acordo com uma pesquisa feita pelo Business Insider, 88% dos 5.000 participantes afirmam que não usam mais o Clubhouse porque foi um modismo. Embora agora conte com uma versão para usuários do Android, muitos acreditam que a Rede Social foi um sucesso durante a pandemia pelo fato das pessoas precisarem conversar, por conta do isolamento social. Sendo assim, à medida que  as coisas voltem ao normal, as pessoas acabam não tendo mais o mesmo tempo livre para para ouvir as conversas do Clubhouse. Há também o fato de que, com a disponibilidade para android e o fim das restrições de bloqueio, os usuários agora podem se reunir com seus amigos e conversar diretamente, sem a necessidade de ouvir a conversa de outras pessoas e participar apenas como ouvintes.  

Porque estão dizendo que o Clubhouse morreu?

Abaixo, listamos alguns dos motivos que podem ser levados na tentativa de explicar o porquê das pessoas dizerem o Clubhouse está morrendo,  

1. Guerra da concorrência

Muitos dos usuários do Clubhouse preferiram migrar para os serviços criados pelos concorrentes que também disponibilizaram seus “Clubhouse’s” (citados acima) e que tem uma inegável relevância na internet. Ao desenvolver seus próprios recursos de áudio, essas plataformas estão se transformando em redes sociais completas e que, consequentemente, podem fornecer aos seus usuários tudo o que precisam. Essas plataformas já estão bem consolidadas e tem uma base de usuários muito grande mundialmente.  

2. Notificações excessivas

Qualquer pessoa que tenha usado o Clubhouse já percebeu a quantidade excessiva de notificações da Rede Social. Embora as notificações sejam importantes (especialmente considerando o recurso ao vivo), a impressão que se tem, é que existe uma notificação para cada interação possível com o aplicativo. Confira as mais comuns:

Quando alguém que você salvou em sua lista de contatos entra no aplicativo; Quando alguém que você segue no aplicativo inicia uma sala; Quando alguém que você segue fala em uma sala; Quando alguém que você segue agenda uma conversa futura; Quando uma conversa é agendada para um clube que você segue; Se alguém que você conhece lhe chama para entrar em uma sala.

Obviamente, quanto mais você interage com membros, clubes e conversas, mais notificações vai receber. E essa é uma das frequentes reclamações de muitos usuários. Eles afirmam que o bombardeio de notificações chegam a ser um incômodo.  

Deixou de ser exclusivo

Até junho, só era possível acessar a rede social com um cadastro realizado a partir de link de convite. Após o lançamento dos concorrentes, o Clubhouse se viu na obrigação de disponibilizar uma versão para android e, de certa forma, isso contribuiu para a perda da exclusividade presente no lançamento do aplicativo. Hoje, após ter acumulado um grande número de usuários, perdeu a característica de “comunidade fechada”, o que também contribuiu para perder seu status de exclusivo. Embora as conversas ainda estejam ao vivo, há muitas salas iguais, o que significa que muitos usuários estão oferecendo as mesmas informações ao mesmo tempo e cause o desinteresse dos usuários em participar dos bate-papos.  

Novos recursos

Como toda rede social, o Clubhouse lançou diversos recursos desde o começo do ano. Isso também é uma reposta de tentar frear a diminuição drástica da base de usuários que acontece mês após mês. Abaixo, listamos algumas das suas principais atualizações lançadas até agora:

Gravação e recorte de clipes de até 30 segundos que podem ser compartilhados nas redes sociais; Caixa de pesquisa universal para encontrar pessoas, salas, grupos e conteúdos; Suporte a áudio espacial na versão Android; Gravação de forma nativa e a possibilidade replay dos bate-papos; Disponibilidade de salas de bate-papo em texto; “Clubhouse Links”, que dão a possibilidade de criação de links únicos e permanentes para criação de conversas; Fixação de links no topo das salas de conversa.

 

O futuro da rede social

O nascimento do Clubhouse impulsionou o mercado de áudio, que vem se tornando uma tendência cada vez mais forte e mostrando que possui um público consumidor. Um grande exemplo disso, são os Podcats. Mesmo que sem o prestígio que obteve no início, afirmar que o Clubhouse vai acabar é uma atitude presunçosa e incerta. O fato é, que com os constantes lançamentos de novos recursos na tentativa de recuperar o fôlego há grande possibilidades da rede social voltar a se estabilizar.  

Gostou de saber como anda o Clubhouse?

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